Um gênero social

28/12/2011 15:14

    Em 2011 a telenovela brasileira comemora 60 anos... E o Despertar para a Leitura não poderia deixar de prestar uma homenagem a esse gênero tão conhecido, uma das formas de expressão da arte.

    Quem nunca ouviu ´´Tô certo, ou tô errado?´´, ´´Não é brinquedo não...`` ou ´´A Ruthinha é boa, a Raquel é má´´? Acredito que alguns desses bordões você deve ter visto em uma novela, não é?

    Pois é, as telenovelas brasileiras comemoram agora em 2011, 60 anos. Muitas histórias, emoções e intrigas já passaram pela telinha durante esse tempo, além de personagens inesquecíveis do grande público, como as mocinhas e os mocinhos que entram diariamente nas nossas casas, contando histórias que muitas vezes são reais ou até mesmo fantasiosas. O importante é isso, fascinar as pessoas, trazendo um pouco de utopia para a nossa realidade tão cruel. Ah por falar em crueldade não podemos deixar de mencionar os vilões que movimentam a trama e que quase sempre prendem a todos no último capítulo, levando o merecido castigo e o tão esperado FINAL FELIZ  para os protagonistas.

 

Telenovelas baseadas na literatura, sucesso nas páginas e nas telinhas

 

    Além de ser um produto de acesso a todos, seja rico ou pobre, letrado ou analfabeto, as telenovelas apesar de serem mal vistas por alguns acadêmicos e doutores da área de letras, mostra-se como uma fonte literária de conhecimento coletivo. Quem nunca teve acesso a um livro do escritor baiano Jorge Amado certamente já deve ter visto algum capítulo de Gabriela, folhetim protagonizado por Sônia Braga na década de 1970, baseado na obra homônia ´´Gabriela, cravo e canela´´ ou  ter se divertido com a pastora de ovelhas mais conhecida do agreste nordestino ´´Tieta´´, interpretada magistralmente por Betty Faria no finalzinho da década de 1980. Essa lista cresce se mencionarmos ´´A Escrava Isaura´´ romance de Bernardo Guimarães, adaptado duas vezes para a TV, a primeira na década de 1970 e a segunda nos anos 2000 e ´´A Viagem´´ a trama que mais bem retrata o espiritismo, escrita com perfeição por Ivani Ribeiro (autora de um dos maiores sucessos da TV: Mulheres de Areia e A Gata Comeu), levada ao ar primeiramente em 1975 pela extinta TV TUPI e readaptada em 1994 pela Rede Globo, baseava-se  no livro ´´Nosso Lar´´ de Allan Kardec. Quem não se lembra da história de Alexandre, Diná e Otávio Jordão, e da bela abertura embalada pelo sucesso ´´A Viagem´´ de Roupa Nova? Realmente uma história que vale a pena ver de novo!

    Outros sucessos partiram da literatura, tais como:  Senhora, de José de Alencar, adaptada por Gilberto Braga  levada ao ar em 1975, sendo a primeira telenovela das seis a ser exibida em cores; Sinhá-Moça, de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, levada a TV pela primeira vez por Benedito Ruy Barbosa em 1986 com Lucélia Santos na carne de Sinhá-moça e Patrícia Pillar como Ana do Véu e em 2006 protagonizado por Débora Falabella; Honra ou Vendetta, de Silvio Lancellotti, escrita para TV a cargo do novelista Lauro César Muniz para Rede Record, com o título de Poder Paralelo, além de muitos outros êxitos.

    Diante disso é  indiscutível a importância das novelas na televisão e sociedade brasileira, e como elas trazem para aqueles que não gostam ou não sabem ler por meio da telinha, páginas da literatura .  

    É hora de relembrar os folhetins que ficaram na memória, e também os diversos autores, como Ivani Ribeiro, Dias Gomes e Janete Clair, que elevaram este tipo de entretenimento a outro patamar.

 

https://www.youtube.com/watch?v=oEW62Su1WYg